quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Resumo: aula do dia 11/10/11

A Colonização de Sergipe

O processo historiográfico é um exercício de aplicação do historiador,pois as informações não chegam ao nosso conhecimento por acaso.A escolha dos fatos, dos sujeitos, e das fontes para a História escrita não é uma decisão aleatória.
Para a construção dessa história escrita temos que ter em mente que a presença ou ausência de arquivos ou documentos históricos tocam no íntimo da vida do passado,pois o que encontra assim posto em jogo é nada menos do que a passagem de lembranças através de gerações.Qualquer texto de um livro didático foi escrito por alguém que tomou decisões, traz sua visão, suas concepções e incertezas do seu tempo.O início do seculo XX trouxe a necessidade vista pelos governantes e empresários da época de uma alfabetização em massa, das classes populares, assim o livro adotado foi "Meu Sergipe" de Elias Montalvão percebe-se então a intenção explicita: incutir o amor à pátria, aos heróis no dia-a-dia das aulas de história.

gravuras do livro "Meu Sergipe" Elias Montalvão
No primeiro capítulo a herança ao interpreta-lo vemos uma visão de que os colonizadores são "inocentes", vieram prazer o progresso na explicação sobre as capitanias hereditárias. Elias associa os primeiros habitantes como bárbaros e o donatário das terras de Sergipe como coitado, essa imagem ainda foi reforçada nas gravuras do livro. De um lado "animais ferozes" de outro "colonizadores indefesos" Montalvão defende a dominação das terras por parte dos donatários e considera que os legítimos donos, os portugueses é quem deveriam aprisionar e matar os animais, os nossos primeiros habitantes,faz proselitismo (partidarismo), a favor da colonização, representa a história de Sergipe a partir dos colonizadores e não dos habitantes, os índios.
Sergipe pertencia à capitania da Bahia, do domínio de Coutinho, assim o texto nos informa parte da situação do território sergipano após a distribuição das capitanias pós 1530.A conquista definitiva de Sergipe só ocorre anos depois através da Guerra Justa.De 1500 à 1590 o território sergipano ainda era quase livre, segundo alguns autores era um espaço de pousada para índios que fugiam a colonização portuguesa na Bahia, no entanto não era totalmente livre do colonizador como já vimos que há registros da presença da ação de padres jesuítas desde 1575.
 Para concluirmos percebemos que historiadores escrevem os acontecimentos de acordo com suas ideologias                   direcionadas por sua visão. A história sofre também com as influencias de todo um contexto exclusivo de entendimento do que é história e para que serve, que privilegia certos sujeitos e desprivilegia outros.

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